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Você tem medo de insetos e aracnídeos?

Davidson observa
aranha passear no gramado

Antes de me mudar para o sítio, eu tinha medo até mesmo de um minúsculo inseto. Nas raras vezes em que uma aranha, uma lagarta ou um inseto diferente apareceram no apartamento em que morava, minha reação era sempre eliminá-los. Esse medo não provinha de um trauma de infância, mas simplesmente da falta de convivência com o mundo natural.

Após a decisão de mudar para o sítio, a primeira exigência era que mandássemos dedetizar a nossa futura casa no campo, pois não suportava a ideia de conviver com aranhas, insetos e outros seres desconhecidos. Além disso, para ter certeza de que nenhum intruso tentasse invadir minha casa, fiz questão de que as frestas do forro fossem preenchidas com silicone. Imagine só!

Com o passar do tempo, os efeitos da dedetização foram passando e inevitavelmente aqueles bichinhos que para mim eram tão assustadores começaram a aparecer. O primeiro incidente que consigo me lembrar aconteceu durante a madrugada quando levantei para ir ao banheiro. Era noite de lua cheia e a casa estava bem iluminada. Assim, decidi não acender as luzes. Ao entrar no banheiro, percebi um vulto passar rapidamente por mim em direção à pia. Dei um pulo e gelei. Meu coração parecia que ia sair pela boca. O que seria aquilo? Acendi a luz e me deparei com um aranha que para mim era gigante, a maior que já tinha visto na vida. Chamei o maridão, mas de nada adiantou. Com a luz, ela correu se esconder em algum lugar seguro. Fui ao banheiro morrendo de medo, crente de que ela poderia atacar-me a qualquer momento, como acontece naqueles filmes de Hollywood. Comecei até mesmo a escutar a musiquinha do filme “Tubarão Branco” ao fundo (tã-nã-nã-nã-nã-nã-nã-í-í-í). Para mim, a aranha já estava com planos formados de ataque! Quanta ignorância de minha parte! Tudo isso não passava de uma grande intoxicação mental gerada pela mídia, pela falta de conhecimento e, pior, pela falta de confiança em Deus. Sai rapidinho do banheiro, tranquei a porta e enfiei um pano na fresta. Ela teria que ser uma arranha bem determinada, se quisesse me seguir para me picar, pensei.

Fazendo amizade
com espécie não agressiva

Depois de outros incidentes semelhantes, o medo começou a ceder. Percebi que as aranhas e os insetos não fazem planos de atacar ninguém! Percebi também que eles têm mais medo da gente do que a gente deles. Ao estudar um pouquinho sobre os aracnídeos e insetos, comecei a identificar melhor as espécies que rondam a minha casa. Aprendi a apreciá-los, a respeitá-los e a conviver com eles. Até pouco tempo atrás tínhamos uma aranha de estimação que morava atrás de um de nossos quadros. Nós a apelidamos de Teté e pudemos acompanhar sua rotina por vários meses. Ela ficava quietinha atrás do quadro enquanto o local estava iluminado. Depois de apagarmos as luzes para dormir, ela saia para caçar insetos. Se acendêssemos a luzes novamente, ela ficava parada onde estava. Se precisássemos que ela voltasse para o quadro, para evitar que alguma visita ficasse histérica, fazíamos sombra com a mão no local em que ela estava e a conduzíamos assim de volta para o quadro. A Teté morou conosco um bom tempo, mas depois que colocamos tela nas janelas, a entrada de mariposas diminuiu e ela decidiu mudar-se para a varanda. Atualmente, não temos nenhuma aranha de estimação. A vaga atrás do quadro está disponível!!!

No campo, meu esposo e eu desenvolvemos o gosto de observar essas pequenas criaturas e aprender com elas. Com prudência e bom senso, a convivência com esses seres tão pequenos, mas para muitos tão assustadores, não é apenas possível, mas prazerosa. Aprendemos a distinguir certas espécies, a apreciar os formatos, cores, desenhos e hábitos. Quanta variedade e riqueza de detalhes! O nosso Senhor realmente é muito criativo e preocupou-Se em encerrar profundas lições espirituais até mesmo na menor de Suas criaturas. Lendo a palavra profética esses dias, deparei-me com o conselho divino abaixo. Deus sabe o que é melhor para a obra-prima da criação, o ser humano. Seus conselhos são para a nossa felicidade. Vale à pena segui-los!

“Em vez de morar onde só se podem ver as obras dos homens, onde o que se vê e ouve
frequentemente sugere pensamentos maus, onde a balbúrdia e a confusão produzem
fadiga e desassossego, ide para um lugar onde possais contemplar as obras de
Deus. Buscai tranquilidade de espírito na beleza, quietude e paz da Natureza” (Vida no Campo, p. 23).

Por Karina Carnassale Deana – Vida Campestre

Karina Carnassale Deana
Esposa do Davidson, mãe da Graziella (8) e dona de casa. Pedagoga e tradutora freelance. Gosta muito de escrever e inventar maneiras de ajudar as crianças a aprender. Ama a vida no campo e estar em meio à natureza com Deus e a família.

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