Conversando com um amigo que voltou recentemente da Venezuela, conheci com pesar detalhes de como estão vivendo lá. Veja essa descrição do New York Times:
As prateleiras dos supermercados na Venezuela estão cronicamente vazias, e os cortes de energia são tão graves que os departamentos do governo agora só abrem dois dias por semana. O sistema de saúde pública entrou em colapso, a taxa de criminalidade é uma das mais altas do mundo e a inflação desgasta rapidamente o que resta do valor da moeda.
Tenho observado alguns analistas econômicos fazendo um paralelo entre a crise na Venezuela e o colapso da economia norte-americana. Seria possível? Como poderia ser isso? Por que ocorreria algo assim? Como eu seria afetado?
Há um interessante fenômeno observado desde o início do século passado que envolve crises financeiras em ciclos de 7 anos. A última crise destes ciclos ocorreu em 2008-2009 e resultou na seguinte afirmação:
Em uma coletiva de imprensa após a reunião de cúpula do grupo em Londres, o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, disse que ‘hoje nasceu uma nova ordem financeira mundial’ – Estadão
Sete anos, sete meses e sete dias após o início da crise de 2008, ocorre o BREXIT, desencadeando uma sucessão de eventos que têm desestabilizado a economia e a política mundiais. Curiosamente, 2015-2016 constituem o sétimo entres os ciclos que ocorrem a cada sete anos que desencadearam outras crises, terminando no próximo dia 02 de outubro. Pelos últimos três anos o analista econômico Jeff Berwick tem indicado aos seus investidores migrarem para alternativas como ouro, prata ou Bitcoin, em função do colapso do dólar que se desencadearia a partir do fim deste ciclo, conhecido como “Shemitah”, ou jubileu.
Jubileu é o momento em que as riquezas devem ser devolvidas aos seus donos, segundo a visão secular. E a crise é o principal instrumento para isso. Os mesmos indicadores se repetem a cada ciclo, como instabilidade política, baixa do petróleo, baixa na bolsa, aumento do ouro, entre outros, enfim, tudo se repete. Apenas agora com mais intensidade, porque é o jubileu. Outros indicadores interessantes são as declarações de multimilionários como Trump e Rothschild sobre o caos econômico. Milionários e grandes nomes dos departamentos de defesa norte americanos construíram pontos autossustentáveis em áreas rurais remotas protegidos até de ataques atômicos. Soros investe fortemente em ouro. China e Rússia investiram massivamente em ouro. A Alemanha “sugeriu” que seus moradores se preparassem com estoques de comida e água para uma possível crise ou ataque. E assim cada um está se preparando como pode.
Se realmente ocorrerá assim, não sabemos. Se Deus permitirá que a grande crise mundial se inicie agora, somente Ele sabe. Contudo, o Senhor nos avisou que eventos como guerras, fomes e grandes crises mundiais (angústia das nações) mostrariam que Sua vinda está próxima. Assim, eles acontecerão com cada vez mais intensidade e frequência.
Como Noé, fomos divinamente avisados para que pudéssemos nos preparar. Assim, ao mesmo tempo em que não devemos ser tomados por alarmismo ou desespero, o momento indica que é hora de trabalhar pelo preparo. E você, o que está fazendo para se preparar? Para proteger você, sua família, seus queridos?
É certo um cristão se preparar? Seria falta de fé?
Note que a Bíblia menciona pelo menos três ocasiões em que os filhos de Deus foram instruídos a se preparar para uma crise mundial. Temos Noé (Gênesis 6:21), José (Gênesis 41:56) e Ágabo (Atos 11:28). Foram eventos de crises mundiais, em que homens fieis receberam especial instrução para serem uma influência salvadora para o mundo. Da mesma forma, no Apocalipse é mencionada uma última crise econômica mundial (Apocalipse 13:16, 17).
Sobre essa última crise, Ellen White escreveu:
Repetidas vezes o Senhor tem dado instruções de que nosso povo deve tirar suas famílias das cidades para o campo, onde poderão cultivar seu próprio mantimento; pois no futuro o problema de comprar e vender será bem sério. Devemos começar, agora, a atender às instruções que freqüentemente nos têm sido dadas: ‘Saí das cidades para as zonas rurais, onde as casas não são aglomeradas, e onde estareis livres da interferência dos inimigos.’ – Carta 5, 1904; Vida no Campo, p. 15.
Esse chamado o Senhor Deus tem feito “repetidas vezes” por mais de 110 anos. Não sabemos quando, mas a crise virá e surpreenderá a muitos. Deus nos convida hoje a sermos uma bênção e estarmos preparados para a crise. Já pensou que importante testemunho será?
“Mas eu ainda não moro no campo”, talvez esteja pensando. O que posso fazer hoje?
Vamos imaginar que uma crise global ocorresse nas próximas semanas. O que poderia ser feito? Primeiramente, estoque de água e alimentos. Veja algumas dicas para você se preparar, onde quer que esteja:
- Faça um levantamento do consumo básico de alimentos para sua família para um período de 6 meses. Esse é o mínimo e que não ocupa tanto espaço. Na realidade, em situação do campo, é comum termos uma provisão para 24 meses, pensando em safra, entressafra e uma possível mudança no clima que afete a produção.
- Pense em variedade de alimentos. Seria bem difícil comer a mesma coisa todos os dias por tanto tempo.
- Priorize alimentos secos: grãos (cereais e leguminosas – feijões, ervilha, grão-de-bico etc.), frutas secas, castanhas. As sementes também poderão ser geminadas, produzindo um alimento rápido e rico em nutrientes em tempos de crise.
- Faça um banco de sementes e plante pequenos canteiros.
- Armazene de forma adequada. Não conte somente com o freezer e geladeira. Procure alimentos embalados à vácuo. Guarde em recipientes que possam ficar protegidos da luz, do ar e de pragas, como as “bombonas” plásticas.
- A água deve ser armazenada também ao abrigo da luz.
- Não esqueça de sal, óleo, fósforos, lanternas, baterias e artigos básicos de higiene. Atenção às datas de validade. Alimentos orgânicos estragam com mais facilidade.
- Após ter montado seu pequeno estoque, agora é só ir repondo conforme for utilizando. Assim sempre ficará renovado.
De forma simples, além de ser um recurso para tempos de crise, também ajudam na economia agora, como nas oscilações sazonais de aumentos de preços de alguns alimentos. Também vamos nos acostumando a não sair para comprar a toda hora, como realmente irá acontecer no campo. Se não saímos, também não gastamos.
Como falamos aqui, a vida no campo começa onde você está. Espero que logo possa se mudar, mas até que Deus lhe conceda essa bênção, há provisões que podem e dever ser feitas agora. Então, não perca tempo. Você pode começar a viver o campo hoje mesmo.
Por Davidson F. Deana
Davidson,
Muito bom seu post.
Infelizmente os membros da IASD e a própria instituição parecem ignorar os avisos da EGW no livro Vida no campo.
Eu acho que quem puder sair das cidades, deveria sair mesmo, pois os fatos desagradáveis cada vez mais frequentes e intensos mostram por si só que esses não são bons lugares para se viver.
Um dia eu espero também conseguir sair desse lugar horrível chamado cidade grande, na qual o templo do Espírito Santo é alimentado com poluição, violência, agrotóxicos, excesso de doces, consumismo, etc…
Falando em campo, uma pergunta: a árvore moringa oleifera pode ser considerada a árvore da vida que havia no Éden e a utilizada em Êxodo 15:22-27?
Agradeço pela atenção,
Rosana
Abraços,
Oi, Rosana,
A Moringa é conhecida como árvore da vida por ter propriedades medicinais importantes para a cura em todas as partes da planta, mas difere bastante da descrição da árvore da vida que foi colocada no Éden.
Porém, há grandes possibilidades sim de ter sido utilizada na experiência de Êxodo 15 para a purificação das águas amargas, já que é uma árvore presente naquela região.
Abraço,
Davidson.
Davidson
Gostei dos comentários,lembrando que tudo isso,que já está previsto na bíblia,é fruto da ganância cada vez maior dos humanos,que destroem o meio ambiente para lucro imediato,substitui empregados por máquinas para não ter despesas,mesmo que tenha consequencias a longo prazo.
Pense bem,se os turnos de trabalho fossem divididos haveria empregos para todos,se não houvesse falta de segurança,poderia haver atendimento médico,bancário,escolar,etc, 24 horas. O conforto e o tempo livre poderiam ser uma realidade,pois se resolve muitas coisas pela internet,e em casa se tem comida congelada,máquina de lavar louças,roupas,forno microondas,telefones,carros,etc.
Mas essas coisa não trouxeram a paz que deveriam,pelo contrário,se trabalha mais ,e se endividam mais para comprar tudo isso,sem tempo para aproveitar o que se tem.
Uma vida simples no campo não significa,necessáriamente,uma vida desconfortável,usando a tecnologia de forma consciente,é possivel viver bem no campo,com várias vantagens sobre a cidade,com o sistema que “prende ” a muitos.