Recentemente, a revista PROTESTE (Associação de Consumidores) publicou uma pesquisa exclusiva a respeito da qualidade de vida em 21 capitais brasileiras. A pesquisa foi realizada entre setembro e novembro de 2011 através de um questionário enviado a brasileiros de ambos os sexos, com idades entre 18 e 74 anos. Ao todo, a pesquisa obteve 2.202 respostas. O estudo teve como objetivo avaliar os pontos positivos e negativos dos seguintes aspectos da vida urbana: habitação, saúde, educação, mobilidade, emprego e segurança.
Os participantes avaliaram negativamente a vida na cidade nos quesitos barulho, segurança nas ruas e vandalismo. A insatisfação com os aspectos relacionados à saúde também foi geral. Apesar de em muitas capitais ser fácil encontrar profissionais da saúde, os entrevistados relataram falta de tempo para comparecer às consultas e para cuidar da saúde, como também falta de qualidade nos hospitais públicos. Os entrevistados relataram também a dificuldade de locomoção até os locais de atendimento.
O quesito mobilidade também foi muito criticado. Grande parte dos entrevistados expressaram sua insatisfação quanto aos horários, segurança e conforto do sistema de transporte público. Para os que utilizam veículo próprio, a insatisfação é para com a dificuldade de circulação. Já para os que preferem andar a pé, a falta de calçadas deixa muito a desejar. “De modo geral, os participantes das 21 capitais relataram gastar muito tempo no deslocamento de suas casas para os locais de trabalho e, também, grande dificuldade para encontrar um emprego”1, publicou a PROTEST.
No entanto, a maior preocupação, na opinião dos participantes de cinco capitais, está relacionada à violência cada vez mais crescente em formas de assaltos, homicídios, tráfico e uso de drogas.
Segundo a pesquisa, grande parte dos entrevistados expressou o desejo de viver em uma cidade menor ou mesmo em uma região rural, o que, nas palavras do periódico, “demonstra que para muita gente, a vida no campo pode significar uma possibilidade de fuga do estresse – e, consequentemente, de aumento da qualidade de vida.”2
Interessante colocação de um periódico secular, não?! No entanto, enquanto algumas pessoas sonham em ir para o campo para ter qualidade de vida – embora não deva ser essa a motivação do cristão para a mudança, mas, sim, a obediência à advertência divina -, o que mais preocupa outras, ao cogitar a mudança para a zona rural, são as questões relacionadas à segurança, à mobilidade, à saúde e ao emprego – justamente os quesitos mais criticados pelos moradores urbanos entrevistados.
É verdade que no campo o acesso pode ser difícil, os meios de transporte público escassos, o local pode estar longe de hospitais, postos policiais e das demais comodidades da cidade. É verdade também que no campo não há farta oferta de empregos. No entanto, a vida na cidade, conforme apontou a pesquisa, não garante que essas questões sejam resolvidas.
Os benefícios, porém, que a vida no campo traz – água e ar puros, contato com a natureza, tranquilidade, simplicidade de vida, etc. – dificilmente podem ser obtidos no meio urbano. Desses benefícios, para mim, o que mais faz valer a pena a vida campestre é o contato mais direto com o Criador.
Evidentemente, é possível buscar o Criador em qualquer lugar, mesmo nos centros urbanos, mas creio que o campo favorece mais essa busca por oferecer um ambiente livre do artificial e estar longe de muitas tentações que podem ser encontradas facilmente nas ruas urbanizadas.
Não é por acaso que Deus, em Sua infinita misericórdia, aconselhou-nos através de Sua mensageira:
“Insisto com nosso povo para tornar o trabalho de sua vida procurar a espiritualidade. Cristo está à porta. Por esse motivo é que digo ao nosso povo: Não considereis uma privação serdes convidados a abandonar as cidades e mudar-vos para zonas rurais. Aí, ricas bênçãos aguardam aos que delas se quiserem apoderar. Contemplando as cenas da Natureza, as obras do Criador, estudando as obras das mãos de Deus, imperceptivelmente sereis transformados à mesma imagem” (Vida no Campo, p. 22).
Que o Senhor nos abençoe ao buscarmos praticar a Sua vontade.
1 PROTESTE, Ano XI, no 115 – Jul/12