Quando meu esposo e eu começamos a pensar com mais seriedade em sair da cidade e ir para o campo, tantos medos começaram a rondar minha mente que comecei a ter dificuldade para dormir. A lista era bem grande. O medo de bichos era um bem forte, mas o de cobras (que não deixa de ser um bicho também) era mais forte ainda. Só de pensar em topar com uma cobra qualquer, mesmo aquelas inofensivas, já me fazia suar frio e querer desistir de ir para o mato.
Compartilhei aqui como Deus me ajudou a superar o medo de bichos (insetos, aranhas e sapos) logo no início da vida rural com um verdadeiro tratamento de choque. Como Ele me conhece melhor do que eu mesma, sabia que essa seria a melhor forma de me ajudar a superar essa neura. Já o medo de cobras… bem, esse Ele usou uma abordagem mais gradual. Que bom que Ele conhece o nosso coração, não é mesmo?
Por sete anos andando pelo meio do mato, beira de rio e vivendo no campo, não tive qualquer encontro com cobras. Deus me poupou por todo esse tempo até que eu estivesse pronta para outro tratamento de choque (ainda bem que só descobri isso depois de já estar no campo há bastante tempo, hein!).
De dois anos para cá, tenho visto cobras peçonhentas e não peçonhentas por todos os sete anos que não as vi. Apesar de já ser nosso costume desde o início estar prevenidos para tais encontros (andar no mato calçando botas, segurando cajado e muita atenção, manter os arredores da casa limpos e evitar os esconderijos propícios para as serpentes – pilha de mato seco, buracos, etc.), em todos os encontros ao longo desses dois anos, Deus não deixou sombra de dúvida de Sua proteção e cuidado. São muitos testemunhos!
O último encontro com uma cobra ocorreu há um mês, quando um amigo ao retirar a lona que protege uma pilha de toras se deparou com uma urutu cruzeiro dormindo logo no topo. Uma pilha de toras coberta por uma lona plástica é um local perfeito para uma cobra morar e encontrar comida! Não demorou muito e todos fomos espiar a enorme serpente. Aproveitei para dar uma aula para minha pequena aventureira sobre os porquês de nunca brincar, mexer ou tentar segurar uma cobra (depois de tanta intimidade com os outros bichos, é bom garantir que isso não ocorra com uma urutu ou qualquer outra cobra). Meu esposo foi o último a chegar ao local. A essa altura a cobra já estava em alerta, emitindo um som característico avisando para ninguém tentar chegar perto, mas não tentou dar o bote em ninguém.
É engraçado dizer isso, mas o coração do meu esposo e o meu ficou comovido. Analisando a situação do ponto de vista da urutu, achamos muito natural ela ficar em alerta e muito gentil de sua parte em nos avisar para não chegar perto! Talvez você esteja rindo ou achando que ficamos loucos de vez, mas sabe, depois de um tempo morando mais próximo à natureza, percebemos que ficamos mais sensíveis à vida – mesmo a de uma serpente (acho que é por isso que Deus esperou todo esse tempo para permitir que eu as visse!). Começamos a notar também que os animais não são naturalmente agressivos, mas reagem dessa forma por causa da atitude do homem. Imagine que você fosse essa urutu domindo tranquilamente em sua toca e de repente vários seres maiores do que você aparecem com paus nas mãos, dando gritos e com atitude agressiva. Não seria compreensível você reagir à mesma altura na tentativa de defender a própria vida?
Meu esposo pediu para ninguém prejudicar a cobra. Pegou uma caixa de papelão grande e com cautela empurrou a cobra para dentro. Lacrou com fita adesiva e a levou para dar uma voltinha de carro até encontrar um lugar seguro para soltá-la. Sim, soltá-la! Há muito tempo, antes de me mudar para o sítio, ouvi dizer que um amigo costumava agir assim ao encontrar cobras em sua chácara. Achei um absurdo, mais ainda quando meu esposo decidiu fazer o mesmo ao se mudar para o sítio, mas hoje os compreendo totalmente!
Não vou mentir. Ainda sinto temor das cobras venenosas. Não saio caminhar desejando encontrar um cobra. Diria que se trata de um temor saudável, se é que existe isso! Durante esse período de tratamento de choque, aprendi muitas coisas sobre as cobras. Uma delas é que as cobras, assim como os outros bichos, não fazem planos para nos atacar, tampouco são frias e calculistas como costumava pensar. Os ataques ocorrem em geral por falta de atenção ou prudência do homem.
Para falar a verdade, hoje temo muito mais as “serpentes” da cidade, que não nos avisam para mantermos distância (pelo contrário) e agem com frieza e más intenções para nos desviar do caminho do bem. Essas serpentes estão espalhadas por todos os lados. O pior é que se disfarçam fazendo com que muitos pensem que são inofensivas até darem seu bote fatal. Essas sim são perigosas!
E você? Quais medos você sente ao pensar na vida no campo? Compartilhe conosco deixando o seu comentário aqui. Talvez seja um que já esteve em nossa lista ou que ainda não tínhamos pensado. Ficaremos felizes se pudermos ajudar e também aprender com você.
Até a próxima! (continua).
Por Karina Carnassale Deana
Admiradora das cobras há 2 anos!
Estamos cuidando do sítio de amigos esse mês e achamos 3 cobras, limpando os arredores da casa! Meu esposo cursou Biologia e me trouxe segurança ao coloca-las em um balde e soltá-las no mato mais distante. Interessante é que os moradores do sítio, com 4 crianças, nunca viram uma cobra antes. O que significa que a mão de Deus e os anjos da guarda delas sempre fizeram um ótimo trabalho!! As bençãos de Deus no campo são inimagináveis!!
Que legal a oportunidade que estão tendo, July! E que legal a atitude do seu esposo. Sim, Deus conhece o coração de cada um e é poderoso para nos proteger e paciente para nos ensinar. Que Ele continue abençoando vocês! Abraços.
Oi Karina, estou no processo de mudança para o campo e também tenho muito medo de cobras. Eu já vinha refletindo nessa ideia de deixar as cobras com vida, mas eu não tinha pensado nessa possibilidade de leva-las para longe. Quanto à outros medos, eu tenho em relação à pessoas mal intencionadas, que querem nos fazer mal. Sei que terei de aprender a confiar em Deus, e me assegurar nas promessas que Ele fez: Mil cairão ao teu lado, dez mil à tuda direita, mas não chegará a ti.(Salmos 91:7) Os salmos de proteção divina têm tomado um novo significado para mim. Obrigada por todas essas coisas que você compartilha, tem me ajudado bastante nesse processo de mudança para o campo.
Oi, Jaice
O medo que você tem de pessoas mal intencionadas é o tema da minha próxima postagem, pois esse medo também estava entre os primeiros da minha lista! O livro de Salmos também me ajudou muito, e ainda ajuda. É incrível como esse livro se torna mais real e pessoal em meio às dificuldades e medos. Tenho certeza de que Deus a ajudará a superar esse medo e a ensinará a confiar nEle, assim como Ele tem me ensinado. Fico feliz que as postagens a tem encorajado. Que Deus seja louvado!
Espero ansiosamente.
Nossa muito bom o que você relatou sobre essa questões dos animais, tipo cobra, é um medo que ainda tenho que aprender a não ter. Eu e meu esposo estamos no preparando, orando, jejuando, para logo mais estarmos no campo, se Deus quiser, que não demore muito, ta nas mãos dele, não aguento mais ficar na cidade, acho que se ficar mais um pouco ficarei doente. Bom Que Deus os abençoe e ilumine !! Sempre visito o site de vocês, gosto muito, é uma benção de Deus, está me ajudando, não só a mim, mas também ao meu esposo. Tenham uma boa semana na presença do Senhor !!
Olá, Lais
Que alegria saber que o blog a tem ajudado. Continue se preparando e buscando a Deus. Tenho certeza de que em breve Ele mostrará o caminho de vocês para o campo!
Um abraço,
Karina.
Eu tenho desejo de morar no campo também. Porém meu medo é de assaltos, ou até ficar sozinha com meus filhos.
Regilaine,
Esse é um grande medo que eu também tinha ao me mudar para o campo. Na próxima postagem, vou relatar minha experiência sobre esse ponto em especial. Espero que ajude você!
Beijos,
Karina.
O texto tem como subtitulo (A Pulverização de Árvores Frutíferas) mas acredito que que possa valer para todas as situações.
Há os que dizem que não se deve matar nada, nem mesmo os insetos. Deus não confiou tal mensagem a Seu povo. É possível estender a ordem “Não matarás” a qualquer ponto; mas fazer isto não está de acordo com o são raciocínio. Os que o fazem não aprenderam na escola de Cristo.
A Terra foi amaldiçoada devido ao pecado, e nestes últimos dias multiplicar-se-ão insetos de toda espécie. Essas pragas precisam ser mortas, senão elas irão incomodar-nos e afligir-nos, e até matar-nos, e destruir a obra de nossas mãos e o fruto de nossa terra. Nalguns lugares há cupins que destroem inteiramente o madeiramento das casas. Não devem ser destruídos? As árvores frutíferas precisam ser pulverizadas, para que sejam mortos os insetos que estragariam as frutas. Deus nos deu uma parte para desempenhar, e devemos desempenhá-la com fidelidade. Então podemos deixar o resto com o Senhor.
Deus não deu a algum homem a mensagem: Não matem formigas, pulgas ou traças. Precisamos tomar precauções contra insetos e répteis molestos e nocivos, e destruí-los, a fim de proteger a nós mesmos e a nossas posses de algum dano. E mesmo que façamos tudo que estiver ao nosso alcance para exterminar essas pragas, elas ainda se multiplicarão. Manuscrito 70, 1901. (Review and Herald, 31 de agosto de 1961.)
Desculpa, entendo toda a ideia de preservação, de vencer as fobias. Acredito que sim, vocês conhecem o texto, já que vocês mostram um domínio enorme da Bíblia e do EP, mas não podemos passar a ideia de que está tudo bem em conviver com aranhas e serpentes. Agora, pegar uma serpente altamente perigosa e letal (em caso de um acidente com uma criança ou até idoso), como é o caso de uma Urutu Cruzeiro, e leva-lá para outro endereço (livrando o problema de endereço), colocando quem sabe outras pessoas (incluindo crianças e idosos que teriam poucas chances em caso de acidente com um animal desses) em risco futuro não é a melhor opção. Ah mas o animal foi colocado em um ambiente onde não existe residência, isso não significa que acidentes futuros não ocorram com esse réptil.
Espero que não fiquem chateados com esse meu comentário. Acompanho o site a muito tempo, esse é o único ponto descordante da minha parte, levo ao pé da letra o texto que diz (entendendo o sentido profético): Então (YHWH) Deus determinou à serpente: “Porque fizeste isso, és maldita entre todos os animais domésticos e o és entre todos os animais selvagens! Rastejarás sobre o teu próprio ventre, e comerás do pó da terra todos os dias da tua vida. Estabelecerei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o descendente dela; porquanto, este te ferirá a cabeça, e tu lhe picarás o calcanhar”.
Olá, Cleverson
De maneira alguma ficamos chateados com seu comentário. Respeitamos todas as opiniões! Quero esclarecer que não defendemos a não eliminação de pragas. Nós eliminamos as pulgas dos nossos cães (rs), as traças que aparecem na estante e se aparecer em nosso casa qualquer foco de cupim, certamente serão eliminados, pois nossa casa é toda de madeira!!!
No entanto, no que diz respeito à vida selvagem, procuramos respeitá-la até onde nos é possível a fim de manter o equilíbrio do ecossistema e do nosso ambiente natural, e as serpentes são tão necessárias para esse equilíbrio quanto os outros répteis e animais silvestres. A urutu que nos visitou foi levada para seu endereço correto, que é no meio da mata mais próxima. Se ela vai permanecer por lá, não podemos garantir, mas eliminá-la também não nos daria qualquer garantia de que outras urutus não aparecessem por aqui, mas certamente esse hábito de sair eliminando-as garantiria a maior proliferação dos ratos e camundongos. Obviamente, em uma situação de vida ou morte, a eliminação do réptil seria a saída, mas não foi esse o caso, graças a Deus.
Por enquanto, nossa convivência com tais bichos tem sido pacífica, não sem precauções e cuidados da nossa parte e grande misericórdia de Deus.
A verdade é que depois de um longo rompimento com o contato direto com a natureza, em geral o ser humano desaprendeu a conviver com ela de forma harmoniosa (cada um em seu lugar, claro). É preciso reaprender isso com a ajuda de Deus!
Abraços,
Karina.