Grazi e vovó Anna |
Minha avó Anna foi uma verdadeira nona italiana: amorosa, divertida, super protetora, ciumenta dos filhos e netos, cozinheira de mão cheia e muito mais! Ela sempre foi uma avó muito presente em minha vida, uma segunda mãe, como costumava dizer.
A cada ano, durante minha infância e adolescência, era sagrado: parte das férias escolares tinha que ser passada em sua casa – e quantas recordações felizes. Que saudades!
Pelo que me lembro, desde essa época a vovó já começou a nos dar alguns sustos quando em alguma crise de saúde pensávamos que viria a falecer. Mas, pela graça de Deus, ela sempre suportava bravamente as dores e complicações, e acabava se recuperando. Os episódios foram tantos, que acabou virando brincadeira entre nós e ela e quando tudo já tinha voltado ao normal, ríamos juntos: “Se todo mundo for como a senhora, as funerárias vão à falência!” Apesar das brincadeiras, falávamos isso com o coração aliviado e muito agradecido a Deus.
Em seu histórico de saúde estão alguns tombos seguidos de fraturas graves, mais de quatorze cirurgias e sérias complicações pós-cirúrgicas, sendo a pior delas o fato de ter contraído Hepatite C após uma transfusão de sangue emergencial.
A Hepatite C ficou no anonimato por trinta anos até ser finalmente identificada como a causadora das crises, inchaços, dores e outras sequelas. A essa altura a doença já estava bem avançada e causando muitos problemas. Por causa da idade, pouco podia ser feito, informou o médico, que na ocasião lhe deu apenas um mês de vida. Contudo, uma vez mais a vovó enganou todo mundo e frustrou o agente funerário respondendo tão bem aos esforços de uma clínica de tratamento natural que causou admiração geral. Vovó realmente parecia ter sete vidas, como o folclore diz que os gatos têm. Seguiu firme por mais de cinco anos, entre altos e baixos, mas sem desanimar. Sua vontade de viver foi sempre uma inspiração para todos.
Na penúltima internação, que ocorreu este ano, ficou na UTI por muitos dias com um quadro sério de peritonite (em decorrência da Hepatite), que segundo os médicos, mesmo jovens dificilmente conseguem se safar. A expectativa era de apenas uma semana de vida. Ao visitá-la em uma manhã de sábado pensei ser o último encontro e sai dali bastante triste, sobretudo por ela estar praticamente inconsciente e eu não ter a chance de lhe dizer pela última vez o quanto a amava. Mas como das outras vezes, vovó miraculosamente se recuperou de tal forma após sua unção, que recebeu alta no dia seguinte! Se eu fosse agente funerário realmente consideraria mudar de profissão, caso todo mundo fosse como vovó Anna!
A vontade de viver foi a marca registrada da vovó, mas acredito que algo maior e mais poderoso esteve em ação ao longo de todos esses episódios de quase morte: a graça, a misericórdia e o amor de Deus. Creio que apesar de a morte ser o salário do pecado, como a Bíblia diz, na vida dos que amam a Deus, ela é uma bênção – uma bênção que ocorre exatamente no momento certo. Nem antes, nem depois. Deus nunca foi e jamais será pego de supresa, quer por acidentes, fatalidades ou doenças. Nosso Grande Capitão sempre dá permissões e ordens justas, amorosas e misericordiosas, sem qualquer possibilidade de erro. Um tempo de graça é concedido a todos para tomar sua decisão (ou não) junto a Cristo e demonstrar os frutos. Com paciente esforço Cristo oferece oportunidades e mais oportunidades para que os devidos acertos (ou não) sejam feitos e a decisão seja selada com o testemunho. A morte não ocorre enquanto esse processo ainda está em andamento. Louvado seja Deus por Sua justiça, misericórdia, paciência e por Seu grande amor!
Nesta manhã, porém, o susto se concretizou. Vovó Anna descansou no Senhor. Um misto de tristeza e conforto inundam meu coração. Tristeza por pensar que não terei mais a alegria de seu convívio, mas conforto porque sei que não será por muito tempo. Guardarei para sempre na memória o último sábado que passamos juntas antes de entrar em coma, o último sábado em que esteve consciente. Passamos algumas horas estudando a Palavra de Deus, meditando em Suas promessas e em Seu amor. Tive a oportunidade de falar-lhe mais uma vez, pela última vez, o quanto a amo e quão grata sou por tudo que fez por mim. Vovó selou seu compromisso com Jesus. Demonstrou os frutos da luz que foi capaz de compreender. Estou convicta de que não muito distante no futuro ela abrirá os olhos para uma vida sem fim e sem sofrimento. Ela goza agora da bênção do sono dos justos em que não há mais dor, sofrimento, cansaço, tristeza, internações, crises… mas apenas um sono profundo que será despertado pela doce voz de Jesus quando Ele voltar.
“Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor. Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras” (1 Tessalonicenses 4:16-18).
“Ora vem, Senhor Jesus” (Apocalipse 22:20).
Que nós, que ficamos, possamos firmar nossa decisão junto a Cristo para que estejamos em pé naquele grande dia, quer vivos ou ressuscitados, para uma vida de eterna felicidade.
Amém querida irmã. Deus conforte o coração de sua família concedendo a graça maravilhosa de sabermos do breve encontro com aqueles que já descansaram no senhor. Preparemos pra esse grande dia.
Jean, obrigada por suas palavras. Deus é muito bom e tem nos dado o conforto. Graças a Ele pela linda esperança que temos de um reencontro com os amados que dormiram no Senhor. Precisamos realmente nos preparar para esse dia. Abraços.
Uma mulher que colecionou muitas vitórias ao lado de Jesus.Que história bonita da sua avó Anna.
Sim, Selma, minha avó Anna foi uma mulher de muitas vitórias. Ela tem uma história realmente linda. Aqui só compartilhei uma pequenina parte. Espero que não demore muito para eu reencontrá-la.
Jean, obrigada por suas palavras. Deus é muito bom e tem nos dado o conforto. Graças a Ele pela linda esperança que temos de um reencontro com os amados que dormiram no Senhor. Precisamos realmente nos preparar para esse dia. Abraços.
Sim, Selma, minha avó Anna foi uma mulher de muitas vitórias. Ela tem uma história realmente linda. Aqui só compartilhei uma pequenina parte. Espero que não demore muito para eu reencontrá-la.
Que palavras lindas….
Rive o privilégio de conhecer dona Anna, acamada…mas com um sorriso lindo no rosto! Minha filha me acompanhou numa rápida visita a ela, com palavras de fé e esperança.
Eu tb espero ansiosamente o retorno de Jesus, quando com Sua voz mansa e suave, acordará meu pai e minha mãe que também descansam no Senhor…
Lení,
Que glorioso e feliz dia será esse, não?! Eu quero estar lá! Vamos nos preparar!
Um beijo,
Karina.
Lení,
Que glorioso e feliz dia será esse, não?! Eu quero estar lá! Vamos nos preparar!
Um beijo,
Karina.