Vida Cristã

Nem tudo que reluz é ouro

Eu sou Gabi: esposa do Mauro, mãe da Mariana, madrasta da Camila e da Karina e “sogradrasta” do Davidson. Eis aí o núcleo familiar imediato que vive no Sítio Ararat.


Final de semana que passou estavam todos viajando, exceto Mauro e eu. No sábado, voltando da igreja para casa, eu contemplava as montanhas e a vegetação verdejante que agora, no tempo das águas, recobra um viço que me enche de alegria. No sítio, o capim cresce numa velocidade maior do que conseguimos apará-lo e é tempo de manutenção constante.

Passando por um vizinho nosso, Mauro chamou minha atenção para o gado pastando. “Veja como estão magros, as costelas aparecendo!” “Mas, por quê?” Perguntei. “O campo não está todo verde?” Ele então respondeu: “Está verde, mas não é pasto. Veja só…” E parou o carro para que eu pudesse compreender: “As vacas não cortam capim com os dentes como os cavalos. Elas envolvem o capim com a língua e puxam. Se o capim estiver muito baixo, elas não têm como puxá-lo.” À nossa frente estava uma vaquinha lambendo o chão, sem conseguir substância suficiente para engolir. Ela fucinhava as plantas, com o pescoço bem baixo, desprezando o que não servia para comer. Não sobrava muita coisa. Mauro comentou que é necessário plantar pasto para o gado e mantê-lo, roçando periodicamente o que não presta; não basta deixar o gado no verde, pois nem tudo o que é verde é alimento para gado.

Ao chegar à nossa porteira, uma das vacas olhava para o nosso terreno, cujo capim apropriado para o gado estava pela cintura. Fiquei com dó, mas não estamos preparados para deixar nem uma vaca pastar sem correr o risco de ter pisoteadas mangueiras e a comidinha dos humanos que não estão cercadas. Arranquei uma boa porção de capim e mostrei para o bicho. Ele imediatamente veio em minha direção. Envolveu o maço com a língua e “nhac” para dentro! Peguei outra e mais outra porção bem generosas. Que gostoso parecia estar aquele capim! Tive que parar, porque havia outro “bichinho” que também estava com fome e começou a reclamar no carro: “Amor, eu também quero almoçar!”

Pensei na minha vida espiritual e na igreja de Deus na Terra. Será que o povo de Deus está bem alimentado? Pode dar-se o caso de estarem no meio de muita vegetação verde exuberante, mas que não é alimento? Deus nos diz que os tesouros de Sua palavra estão escondidos, reservados para aqueles que cavam fundo. Se você quer o ouro, não se contente com o brilho vil das “latinhas” que os filhos das trevas jogam dos seus carros pelas estradas em que você está passando. Deus tem muito mais para lhe dar.
Karina Carnassale Deana
Esposa do Davidson, mãe da Graziella (8) e dona de casa. Pedagoga e tradutora freelance. Gosta muito de escrever e inventar maneiras de ajudar as crianças a aprender. Ama a vida no campo e estar em meio à natureza com Deus e a família.

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