Estávamos nos preparando para sair de casa. Eu estava na cozinha quando pela janela pude ver que o Logan e a Larissa estavam começando uma discussão. Tirei meus olhos deles por um segundo e quando vi o Logan empurrou a irmã. Ela caiu e acabou machucando o joelho.
Naquele segundo foi como se meu sangue tivesse subido para minha cabeça e todos os meus impulsos nervosos vieram à tona. Pedi sabedoria à Deus para saber como lidar com essa situação. Enquanto isso, o Logan entrou e foi até a cozinha me contar o que tinha acontecido e com o coração apertado ele me disse que tinha empurrado a irmã porque estava nervoso com ela.
Parece que em minha mente não havia sabedoria alguma e eu já estava super brava, e até nervosa com Deus por Ele não ter me dado nenhuma idéia de como resolver a situação. Eu mesma estava a ponto de explodir!
– Logan! – disse com fúria em meus olhos – Eu vi tudo! Porque você fez isso! Você sabe que sua irmã é menor do que você, você precisa aprender a controlar sua raiva, você é o mais velho.
Em menos de um minuto o Logan já estava chorando com a quantidade de palavras que eu tinha jogado sobre ele como uma chuva de pedras atingindo direto o coração.
Alcançar o coração de nossos filhos, sei que como pais esse é nosso maior desejo, mas devemos alcançá-los com pedras ou com flores?
Deus diz ao jovem: “Dá-Me, filho Meu, o teu coração” (Provérbios 23:26). O Salvador do mundo Se deleita em que as crianças e jovens Lhe dêem o coração. Há talvez um grande exército de crianças que serão encontradas fiéis a Deus por andarem na luz, assim como Cristo na luz está. Amarão ao Senhor Jesus, encontrando prazer em agradar-Lhe. Não ficarão impacientes quando reprovadas; mas alegrarão o coração do pai e da mãe com sua bondade, paciência, boa vontade para fazer tudo quanto puderem para os ajudar a suportar os fardos da vida diária. Através da infância e juventude, serão achados fiéis discípulos de nosso Senhor – E. G. White, Mensagens aos Jovens, p. 333.
Nesse dia, enquanto viajávamos, tive tempo para rever meus atos de poucos minutos atrás e com lágrimas nos olhos fui aceitando o que Deus foi me mostrando através de versos da Bíblia musicados.
“Assim diz o SENHOR: Ponde-vos nos caminhos, e vede, e perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andai por ele; e achareis descanso para as vossas almas” (Jeremias 6:16).
Meu coração estava inquieto e ansioso, buscando calma e novamente Deus me trouxe a mente um verso que diz: “E já está próximo o fim de todas as coisas; portanto sede sóbrios e vigiai em oração. Mas, sobretudo, tende ardente amor uns para com os outros; porque o amor cobrirá a multidão de pecados” (1 Pedro 4:7,8).
Será que em vez de ter pedido por sabedoria na hora de minha fúria, não deveria eu ter pedido amor? Mas para obter esse amor eu preciso pedir pelo Espírito de Deus, porque Deus é amor e o amor cobrirá a multidão de pecados.
“Pois se vós, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais dará o Pai celestial o Espírito Santo àqueles que lho pedirem?” (Lucas 11:13).
“Como uma criança suplica pão ao pai ou à mãe quando está com fome, assim o Senhor gostaria que Seus filhos viessem a Ele em suas necessidades. … – (E. G. White, O Lar Adventista, p. 299)
Jesus, nosso precioso Salvador, suportou o açoite por duas vezes, mas os casos de perdão e de cura que Ele ministrou são inumeráveis. Não deveria ser assim com nossos filhos? O amor de Cristo nos constrange, e nosso amor firme vai poder ter o mesmo efeito, com muito perdão e cura e uns poucos açoites, se necessário. Quando meu filho veio apenas se confessar, contando o que havia em seu coração, eu lhe atirei muitas pedras com minhas palavras, esquecendo que nosso Deus, quando eu confesso minhas falhas, não me atira pedras, mas sim me cobre com Seu infinito amor e bondade.
Nosso lar deve ser um pedaço do céu na terra, um modelo do futuro lar. A lembrança da infância deve ser cheia de saudades do amor e segurança do lar. Um lugar para o qual desejem voltar.
No pouco destaque dado a Sua meninice e juventude há um exemplo para os pais e para os filhos, de que quanto mais tranqüilo e pouco comentado for o período da infância e da juventude, e quanto mais natural e livre de agitação artificial, tanto mais seguro será ele para os filhos e mais favorável à formação de um caráter de pureza, simplicidade natural e verdadeiro valor moral. — E. G. White, The Youth’s Instructor, Fevereiro de 1873.
Que nós possamos encontrar tempo para uma caminhada com nossos filhos, andar de bicicleta, cultivar esse tempo precioso enquanto nossos filhos querem estar conosco, enquanto ainda há tempo. Aqui em casa todos os dias ao fim da tarde encontramos um tempinho para brincar juntos. Se o tempo permite lá fora, jogamos bola, se dentro de casa, brincamos de gato mia, jogamos dominó e esse pouco tempo transforma a vida de nossos pequenos, como eles apreciam estar em nossa companhia.
Decidam os pais cristãos que serão leais a Deus, e disponham-se a reunir os filhos no lar consigo e assinalem [simbolicamente] os umbrais com sangue, representando Cristo como o único que pode proteger e salvar, a fim de que o anjo destruidor passe por alto o feliz círculo da família. Que o mundo veja que uma influência mais que humana está em operação no lar. Mantenham os pais vital conexão com Deus, pondo-se do lado de Cristo, e mostrem por Sua graça que grande bem pode ser realizado por meio da ação paterna. – E. G. White, Fundamentos do Lar Cristão, p. 129.
Satanás e seu exército estão fazendo os mais poderosos esforços para controlar a mente das crianças, e estas devem ser tratadas com imparcialidade, ternura e amor cristãos. Isso causará uma forte influência sobre elas, e sentirão que podem depor ilimitada confiança nos pais. Lancem em torno dos filhos os encantos do lar e do convívio com vocês. Se assim fizerem, eles não terão tanto desejo de se unirem com outras companhias. … Devido ao mal que há, agora, no mundo, e à restrição que é necessário impor aos filhos, os pais devem ter cuidado dobrado em mantê-los unidos ao seu coração, fazendo-os compreender que desejam sua felicidade. – Ibid., p. 94.
A mãe deve cultivar disposição alegre, contente e feliz. Todo esforço neste sentido será abundantemente recompensado, tanto na boa condição física como no caráter de seus filhos. O espírito satisfeito promoverá a felicidade de sua família, melhorando em alto grau a saúde dela própria. — E. G. White, O Lar Adventista, p. 432.
Que nós mães aprendizes possamos circundar nosso lar com a ternura e o amor cristãos, sabendo que somos termômetros no lar. Se a mãe está feliz, o lar é feliz. Que nosso sorriso seja maior que nossos olhares de reprovação ou irritação e que a felicidade e alegria sejam as únicas memórias de infância que nossos filhos possam ter.
Com alegria,