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Terra de Beulá – Da Cidade para o Campo (Parte 4)

Apenas uma semana antes de trazermos nossa mudança de São Paulo, fomos à noite para a nossa futura casa fazer os últimos reparos e sem querer esbarramos no interruptor de luz. Ficamos totalmente pasmados quando a luz da cozinha acendeu. Um milagre? Sem dúvida! Naquela tarde, o vizinho ao lado percebeu a dificuldade dos pedreiros em trabalhar sem energia e ofereceu-se para “emprestar” a luz de sua casa até que finalmente a companhia elétrica atendesse nosso pedido. Agradecemos a Deus por seu terno cuidado por nós. Naquela noite, demos férias ao lampião e trabalhamos com muito mais facilidade à luz das lâmpadas. Resolvemos, pela primeira vez, testar a bomba do poço. A bomba funcionou, mas nada de água subir. O poço estava totalmente seco. Podíamos imaginar viver sem luz, mas sem água… Levamos o assunto ao Deus eterno. Afinal, Ele estava no comando. Até o dia de a mudança chegar, testamos várias vezes a bomba, mas nada de água. Foi preciso muita fé para seguir com o plano. No dia em que o caminhão da mudança chegou, oramos como sempre para acionar a bomba. Com os ouvidos atentos, prendemos até mesmo a respiração na tentativa de distinguir o som tão almejado de água caindo na caixa acima do forro. Que Deus maravilhoso! Ele nunca nos desaponta. As Sua promessas são reais. Pela primeira vez nos emocionamos ao ouvir o som de água correndo pelo cano. Mal sabíamos que esse som nos emocionaria tantas vezes. Deus concedeu-nos água, mas na medida certa. Durante todo o período de seca, Deus proveu água estritamente suficiente para as nossas necessidades básicas. Nenhum pouco a mais, nenhum pouco a menos. O suficiente. Sempre que precisávamos de água, orávamos a Deus, acionávamos a bomba e esperávamos por aquele som maravilhoso. A água sempre vinha na medida certa, assim como o maná! Tivemos que aprender a ser muito econômicos e a não desperdiçar. Somos muito gratos a Deus por isso. Enfrentamos várias outras dificuldades e desafios naquele lugar, mas Deus concedeu-nos forças para enfrentar cada obstáculo, muitas vezes entre lágrimas. Pode parecer estranho, mas mesmo depois de passar por tantas provações, sentimos um carinho imenso pela Terra de Beulá. Ali aprendemos a ser felizes com o que possuímos, a prezar pela simplicidade de vida, a observar as lições de Deus nos pequenos detalhes da natureza e a buscar a ajuda do Alto para tudo – até mesmo para encontrar um pequeno parafuso no meio do mato à luz das estrelas. Hoje reconhecemos que Deus escolheu aquele lugar para nos ensinar a ouvir a Sua voz e a confiar plenamente nEle. Ali aprendemos na prática que para Ele nada é impossível. De fato habitamos em Terra de Beulá, o que de acordo com Isaías 62:4 e 5, significa viver sob a proteção e os cuidados paternais de Deus. Hoje não moramos mais naquela pequena chácara que foi nosso primeiro lar no campo, mas recordamos com saudade a época vivida ali e até hoje temos como hino oficial de nossa família o hino “Terra de Beulá”, que retrata muito bem o que Deus fez e ainda faz em nossa vida aqui no alto da montanha:
Terra de Beulá (Hinário Adventista do Sétimo Dia, 363. Clique aqui para ouvir a melodia)
Ouço ao longe sons de lutas, brados de batalha, É a Terra envolta em guerras de pecado e dor; Mas as coisas deste mundo já não me perturbam, Pois habito em Terra de Beulá.
Coro: Vivo no alto da montanha, Sob um céu de puro azul, Junto à fonte de águas vivas, Que nunca secará, E me alimento cada dia Desse bom maná do Céu, Pois habito em Terra de Beulá.
Lá distante a tempestade, ruge sobre o mundo; Dúvidas, temores grassam em todo lugar; Mas estou bem firme na Palavra de meu Deus, Pois habito em Terra de Beulá.
Nem as nuvens mais escuras podem assustar-me; Eu não temo pois seguro estou nas mãos de Deus; Vivo à luz do Sol e da presença de meu Rei, Pois habito em Terra de Beulá.
Quando aqui eu vejo, de meu Deus as maravilhas, Quedo-me silente e adoro em contemplação; Compreendo Seu amor e a grande salvação, Pois habito em Terra de Beulá.
Por Karina Carnassale Deana – Vida Campestre

Karina Carnassale Deana
Esposa do Davidson, mãe da Graziella (8) e dona de casa. Pedagoga e tradutora freelance. Gosta muito de escrever e inventar maneiras de ajudar as crianças a aprender. Ama a vida no campo e estar em meio à natureza com Deus e a família.

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5 Comentários

  1. que mensagem linda Karina !
    vocês ainda moram no campo?

  2. Olá, Joice!

    Sim, ainda moramos no sítio, mas agora moramos no Ararat! A Terra de Beulá foi nosso primeiro lar no campo e deixou saudades. Fico feliz que tenha gostado da mensagem. Que Jesus a abençoe ricamente neste restante de semana.

    Um abraço.

  3. Olá, Joice!

    Sim, ainda moramos no sítio, mas agora moramos no Ararat! A Terra de Beulá foi nosso primeiro lar no campo e deixou saudades. Fico feliz que tenha gostado da mensagem. Que Jesus a abençoe ricamente neste restante de semana.

    Um abraço.

  4. ola! enviei para vocês um e-mail, caso não tenham recebido por favor me adicionem [email protected]
    gostaria de receber conselhos sobre a vida no campo, pois tenho o mesmo plano.
    agradecido.

  5. preciso ir morar no campo, tenho recebido fortes mensagens de testemunhos como o sua e de vários outros meios diferentes que não tem nada haver uma com a outra, mas não sei por onde começar, sei que sou muito ansioso, queria essa mudança pra ontem, mas estou orando e peço que orem também por mim e minha família, pra que o nosso grande Deus nos mostre o caminho e pra que nós não sejamos teimosos em obedecer-lhe.

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