Meu nome é Cidinha. Moro no interior de Minas Gerais e sou mãe de três filhas maravilhosas: Karina (aqui do Vida Campestre), Carolina e Camila (veja o testemunho dela aqui) e vovó da linda Graziella. Há cinco anos tomei uma decisão que deixou toda a minha família preocupada.
Eu já morava em uma pequena chácara urbanizada, num bairro tranquilo, a dez minutos do centro da cidade indo pela rodovia principal. Nesse local, morei cinco anos, mas era um local cedido para nós por um de nossos irmãos.
Após esse período, pensei que já era hora de dar um passo mais arrojado, mas não tinha coragem para isto. Alguns anos antes, havia recebido uma herança de meu pai e a usei para comprar uma chácara, num bairro rural e mais afastado da cidade. Construi uma casa modesta, mas o lugar tinha muitas pedras e apenas na terceira tentativa é que conseguimos um poço com água, mas não o suficiente para as necessidades, inclusive para o plantio. A situação não parecia animadora, mas orei. Pesava em minha consciência deixar tudo abandonado e morar em outro lugar. Na ocasião, ainda trabalhava na cidade e faltavam alguns anos para me aposentar.
Certo dia, um irmão, que trabalhava em uma imobiliária, me procurou para verificar a possibilidade de alugar a minha chácara para alguns trabalhadores de uma empresa que realizaria trabalhos na região. Depois de verificar a situação, ele me disse que não tinha possibilidades de alugar e nem de vender, porque o poço não tinha água (o que não era novidade para mim!). Ele se protificou a me ajudar contactando uma empresa para avaliar e perfurar um poço artesiano no local.
Meu Deus! Fiquei apavorada, porque isso sairia muito caro e ainda corria o risco de não dar certo. Orei, pensei e Deus me ajudou providenciando recursos para que eu pudesse arcar com as despesas. Quase vacilei, porque estava com medo de investir e não dar certo, mas decidi seguir com o plano. Deixei o coordenador dos trabalhos tão comovido que a cada metro ele me dava notícias e me animava.
Graças a Deus o poço foi perfurado e a duzentos metros na pedra deu água. Atualmente, o poço jorra cinco mil litros por hora de água pura saindo da rocha. Que maravilha! Agradeci tanto a Deus e entendi que Ele é a Rocha da nossa salvação e que tudo que pedirmos a Ele receberemos, se tivermos fé.
Esse acontecimento me motivou ainda mais a mudar para o local. A casa não estava completamente acabada e exigia reformas, não tinha cerca adequada em volta e havia muitos escorpiões e cobras cascavéis na região. No meu íntimo isso tudo me apavorava, porque até o pedreiro que contratei a princípio me desencorajava e ainda deixava os escorpiões que encontrava num vidro para eu ver.
Mas isso não foi tudo!
Aproveitei uma promoção e investi meu décimo terceiro salário em alguns materiais de construção, só para serem roubados! Isso sem contar as mudas de frutas que meu marido comprou e plantou e também foram furtadas. Foram tantos os desafios que pensei que não iria conseguir.
Mas para a glória de Deus mudei no final do ano de 2015. Estava radiante – e todo mundo preocupado comigo!
Após a mudança, certa noite, algo passou sobre a minha cabeça e com a coberta peguei com força e joguei no chão. Estava tão cansada que nem levantei para ver o que era. No dia seguinte minha filha caçula e meu genro foram varrer o quarto e encontraram um escorpião morto.
Que desafio! Quase todos os dias eu encontrava um dentro de casa. Sem contar que depois de quinze dias morando lá, num domingo de manhã olhei na garagem e vi uma enorme cascavel. Meu marido não estava em casa e um senhor que nos ajudou a limpar o terreno veio para receber e me ajudou a matar a cobra. Que alívio! Isso tudo enfrentei não por forças minhas, mas porque Deus me ajudou e me deu coragem.
Em Salmo 91:10 e 11 está escrito que: “Nenhum mal te sucederá, nem praga alguma chegará à tua tenda. Porque aos seus anjos dará ordem a teu respeito, para te guardarem em todos os teus caminhos.”
Hoje estou aposentada, a casa terminada e com muito conforto, o terreno todo cercado, pomar dando frutas, plantando e colhendo, horta formada e animais peçonhentos controlados, mas sinto que preciso ser ainda mais arrojada e subir a montanha – e estou me preparando para isso!
Sinto em meu coração que aqui já não será mais adequado para mim.
Quero alçar voo como a águia e voar o mais alto que eu puder, porque sei que o meu Deus será comigo.
Tenho sessenta e dois anos e seis meses e ainda sonho os sonhos de meu Deus para mim. O medo que tenho hoje é de não fazer a vontade de Deus para a minha vida. Ainda tenho batalhas a travar e a vencer em nome de Jesus, mas eu quero vivenciá-las e conquistá-las com o meu Deus.
Minha mensagem para você é: não tenha medo de fazer a vontade de Deus, ainda que tudo à sua volta seja desanimador e amedrontador, pois “se Deus é por nós, quem será contra nós?” (Romanos 8:31).