Vida Cristã

Reflorestar é para o Tempo do Fim

O dia 21 de setembro é amplamente comemorado pelos ativistas, protetores e amigos da natureza. Memórias de quando ainda pequeno, nos bancos das primeiras séries, trazem desenhos de verdejantes e frondosas árvores para serem colocados no mural da escola. Plantamos árvores, reflorestamos calçadas e jardins… pequenos grandes atos de pequenos cidadãos.
Como mordomos de Deus, grande responsabilidade está em nossas mãos de cuidarmos do lugar que tão bondosamente o Senhor nos proporcionou, mesmo depois de tão terrivelmente maculado pelo pecado. Há, contudo, um significado muito mais profundo para o cristão que observa as árvores. A Palavra de Deus também é viva em Sua criação.
“O justo florescerá como a palmeira; crescerá como o cedro no Líbano.” Sl 92:12.
O propósito de Deus para Seus filhos está além de qualquer visão humana. No livro Patriarcas e Profetas, página 328, Deus revelou como o Céu considera os que fazem Sua vontade:
“Acima de todas as outras árvores, distingue-se o cedro do Líbano pela sua força, firmeza, seu imperecível vigor; e isto é usado como símbolo daqueles cuja vida ‘está escondida com Cristo em Deus’ (Colossenses 3:3). Diz a Escritura: ‘O justo […] crescerá como o cedro’ (Salmos 92:12). A mão divina exaltou cedro como o rei da floresta. ‘As faias não igualavam os seus ramos, e os castanheiros não eram como os seus renovos; nenhuma árvore no jardim de Deus se assemelhou a ele’ (Ezequiel 31:8). O cedro é repetidas vezes empregado como emblema da realeza; e seu uso nas Escrituras para representar os justos mostra como o Céu considera aqueles que fazem a vontade de Deus.
Seria possível cultivarmos fortes cedros em nossos dias? Como podemos plantar árvores? “É muito fácil”, talvez alguém diga. “Basta abrir uma cova e lançar a muda!” Já houve o tempo em que isso era possível. O empobrecimento do solo é revelado em plantas deficientes, que geram plantas cada vez mais deficientes. Talvez haja aí um paralelo espiritual. Buscando algumas instruções para o plantio de novas mudas, pensei haver aí lições para aqueles que desejam ser cedros aos olhos de Deus. Assim como o cedro é o rei da floresta, Deus nos chama a ser “sacerdócio real”. Imagine, em nossos dias, um mundo reflorestado com cedros em toda parte – filhos de Deus que verdadeiramente fazem a Sua vontade. O reflorestamento traz vida onde há deserto. Assim também a vida de Cristo refletida na vida do cristão será como “um jardim regado, e como um manancial, cujas águas nunca faltam” (Isaías 58:11).
Para aqueles que desejam plantar algumas mudas ou mesmo reflorestar seu “pedacinho de chão”, gostaria de compartilhar algumas dicas. Mas gostaria de levá-lo a considerar também sob um prisma espiritual. Fico imaginando como seria um reflorestamento mundial, um plantio para o Tempo do Fim. Veja este passo a passo comparativo entre o reflorestamento ambiental e o espiritual:
1. O primeiro passo é verificar o local onde se deseja plantar para somente depois escolher o tipo de árvore.
Deus conhece os diferentes solos dos corações humanos e sabe qual espécie deverá ser plantada para produzir o melhor fruto.
2. Verifique a exposição ao Sol.
Para um crescimento genuíno, necessitamos de total exposição aos raios do Sol da Justiça.
3. Escolher espécies adaptadas à região do plantio. É importante tomar cuidado com o tipo de solo, o ambiente e o entorno, como condições de ventos e tempestades – Em alguns casos, o ideal é plantar árvores com raízes que crescem na vertical.
“O cristão é comparado ao cedro do Líbano. Li que esta árvore faz mais que enviar para baixo algumas pequenas raízes na fofa terra argilosa. Faz penetrar vigorosas raízes profundamente na terra, e deita-as mais e mais longe, em busca de um sustentáculo ainda mais forte. E na feroz rajada da tempestade, ela fica firme, segura por sua rede de cabos subterrâneos. Assim lança o cristão raízes profundas em Cristo” (Ellen G. White, Nossa Alta Vocação, p. 329).
4. Opte por fazer o plantio em períodos de pouco impacto térmico, como primavera ou outono.
Interessante este comentário. O dia da Expiação (que profeticamente vivemos hoje) ocorria justamente no período da primavera (hemisfério sul) ou outono (hemisfério norte). Neste dia o povo era chamado a um profundo exame de coração, arrependimento e abando do pecado, caminho para o perdão e crescimento em Cristo. Figurativamente, a primavera e o outono podem mostrar o período de relativa paz que ainda vivemos, com o recebimento do Espírito Santo – chuva temporã – no preparo para a crise final. Plantio de árvores em meio à estações agressivas farão com que sejam facilmente arrancadas.
5. Demarcar a área a ser reflorestada e isolá-la.
Necessitamos demarcar nossa mente como território de Cristo e permanecermos longe das contaminações do mundo.
6. Utilizar em torno de 50% de espécies pioneiras, aproveitando suas características de rápido crescimento para fazer sombra para as espécies climáticas.
Ao conhecermos a vida dos pioneiros e a forma tão maravilhosa como Deus proporcionou que mantivessem viva a fé, isso nos será como uma salvaguarda diante das intempéries da vida.
7. Privilegiar o uso de árvores frutíferas, com o objetivo de atrair a fauna.
Toda árvore em Cristo deve produzir frutos.
8. Diversificar ao máximo as espécies plantadas, para chegar o mais próximo possível do ambiente natural.
“Em todas as disposições do Senhor, não existe nada mais belo, do que Seu plano de dar aos homens e às mulheres uma diversidade de dons. A igreja é Seu jardim, adornado de uma variedade de árvores, plantas e flores” (Ellen G. White, Evangelismo, p. 98).
9. Proceder o replantio das mudas mortas.
“E dar-vos-ei um coração novo, e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei da vossa carne o coração de pedra, e vos darei um coração de carne” (Ezequiel 36:26).
10. Realizar limpezas de manutenção (roçadas e coroamento) até o 3º ano após o início do plantio.
“O jardim do coração deve ser cultivado. O terreno deve ser lavrado pelo arrependimento. As plantas daninhas que abafam o bom grão, devem ser desarraigadas. Assim como o solo de que se apoderaram os espinhos só se pode readquirir mediante trabalho diligente, assim as más tendências do coração só se podem vencer por um esforço decidido em nome e no poder de Cristo” (Ellen G. White, Educação, p. 112).
O Tempo do Fim está próximo e hoje é o tempo do reflorestamento, isto é, o despertamento do povo de Deus para o grande Dia do Senhor. É a hora do plantio e cultivo para sermos tais como cedros. Os cedros plantados por Deus serão pouco a pouco regados pela chuva do Espírito Santo até chegar à plenitude por ocasião da chuva serôdia.
“Precisamos de nos converter diariamente. Nossas orações devem ser mais fervorosas; serão então mais eficazes. Cada vez mais forte deve ser nossa confiança de que o Espírito de Deus há de estar conosco, tornando-nos puros e santos, tão retos e fragrantes como o cedro do Líbano” (Ellen G. White, Testemunhos para Igreja, v. 7, p. 252).
“Como ribeiros se estendem, como jardins à beira dos rios; como árvores de sândalo o Senhor os plantou, como cedros junto às águas” (Números 24:6).
Clique aqui para ouvir o belo hino “Qual Firme Cedro” gravado pelos Arautos do Rei em 1971.
Karina Carnassale Deana
Esposa do Davidson, mãe da Graziella (8) e dona de casa. Pedagoga e tradutora freelance. Gosta muito de escrever e inventar maneiras de ajudar as crianças a aprender. Ama a vida no campo e estar em meio à natureza com Deus e a família.

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1 Comentário

  1. Essa é realmente uma mensagem para o nosso tempo.

    Sejamos cedros neste mundo que está deserto. Que está Deserto da verdade e do bem.

    Vamos reflorestar o mundo e o solo do nosso coração e aguardar os chuveiros celestiais que estão para vir e regar a Terra.

    Grace

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