Vida em Família

Aceitando a missão de ser mãe

“Porque é
mandamento sobre mandamento, mandamento sobre mandamento, regra sobre regra,
regra sobre regra, um pouco aqui, um pouco ali” (Isaías 28:10).
Ainda em minha primeira
gravidez, quase 6 anos atrás, meu esposo e eu participávamos de um estudo
bíblico na casa de uma família com quatro filhos. Percebi que aquelas crianças,
sendo a mais nova de 7 anos de idade e o mais velho de 12, eram diferentes das
outras crianças. Elas tinham um conhecimento amplo da Bíblia. Antes do estudo
bíblico, cantávamos versos da Bíblia musicados. As crianças entoavam os
cânticos com suas belas vozes e um deles, que é um gênio no piano, tocava.
Ficava impressionada em ver como eles sendo ainda tão jovens já eram dotados de
tanta sabedoria, carisma e ao mesmo tempo simplicidade!
Quando o Logan nasceu,
eu já sabia quem procurar para tirar minhas dúvidas e Jodhana, a mãe dessas
crianças, tornou-se minha tutora. A primeira lição que aprendi foi que deveria
estabelecer uma rotina diária desde bebezinho. Deveria estabelecer um horário
determinado para dormir, acordar, amamentar, ler história, tirar soneca e assim
por diante.
Seis meses depois da
chegada do meu primogênito, fui convidada para dar aula na escola da igreja e
como não me sentia muito confortável em dizer “não” ( hoje aprendi essa lição),
aceitei, afinal de contas seria apenas uma ou duas vezes por semana.
Já na primeira semana
fui me desgastando com o horário de sair de casa, preparar o bebê, chegar na
escola no horário e por aí vai. Na segunda semana, percebi que o Logan andava
mais nervoso e que eu não conseguia mais manter sua rotina. Ainda assim,
insisti em continuar indo uma vez por semana à escola e continuei notando
diferença no Logan. Depois de mais de 6 meses tomei coragem e resolvi parar de
dar aulas.
Em casa, voltamos com a
nossa rotina e a paz também voltou a reinar. Notei que o trabalho não estava
trazendo benefícios à nossa família e aprendi que:
“É a repetição do ato
que faz com que se torne hábito e molda o caráter, seja para o bem ou para o
mal. O caráter reto só pode ser formado pelo esforço perseverante e incansável,
aperfeiçoando cada talento e capacidade confiados para a glória de Deus” (Orientação da Criança, p. 99). “Todo ato
da vida, por mais insignificante, tem sua influência na formação do caráter” (Orientação da Criança, p. 100).
Meu esposo certa vez
colocou um papel no espelho do banheiro que dizia:”Uma família bem
ordenada, bem disciplinada, fala mais em favor do cristianismo do que todos os
sermões que se possam pregar” (O Lar
Adventista
, p. 32). Sempre lia o que ali estava escrito e me perguntava: “Como?”
Quando o Logan tinha um
aninho descobri que estava grávida novamente e logo que a Larissa nasceu voltei
a trabalhar como modelo por algumas horas na semana, mas novamente comecei a
perceber os resultados não estavam sendo positivos. Pelo contrário! Meu coração
estava sendo preenchido pela culpa e angústia por trocar dois presentes de Deus
por algumas horas insignificantes de trabalho fora de casa.
Depois de conversar com
meu esposo, chegamos à conclusão de que não era necessário os dois trabalharem
fora de casa, pois Luciano é e sempre foi um bom provedor para nossa família.
Decidi ficar em casa, mas em minha mente veio a idéia de servir a Deus. Assim,
comecei a dar estudos bíblicos uma vez na semana fora de casa. Notei que as
crianças estavam ficando um pouco manhosas e resolvi perguntar à minha tutora o
que poderia estar acontecendo. Ela foi firme em responder que a minha missão
agora era a minha família!
Desse dia em diante
comecei a repensar as coisas. Orei muito a Deus por sabedoria para me mostrar o
que deveria fazer e aprendi que se eu quero fazer uma coisa bem feita, devo
fazer uma coisa de cada vez como instrui a Bíblia: “Porque é mandamento
sobre mandamento, mandamento sobre mandamento, regra sobre regra, regra sobre
regra, um pouco aqui, um pouco ali” (Isaías 28:10).
Isso quer dizer que se
Deus me deu a oportunidade de ser mãe, devo fazer esse trabalho bem feito e ser
mãe, só mãe! Não posso ser mãe e evangelista, ou mãe e modelo, ou mãe e professora
fora de casa. Posso ser tudo isso dentro de casa, posso ser um modelo de
modéstia, posso ensinar meus filhos a amar a Deus em primeiro lugar e na
primeira hora do dia. E para isso acontecer preciso ter tempo para ficar em
casa, preciso escolher diariamente aceitar o trabalho de mãe que Deus me
presenteou e aprender com Ele como educar meus filhos.
“Se as mães cristãs
apresentarem à sociedade filhos que tenham integridade de caráter, com
princípios firmes e moral sã, terão realizado o mais importante de todos os
trabalhos missionários. Devidamente educados para assumir seu lugar na
sociedade, seus filhos são a maior evidência do cristianismo que possa ser dada
ao mundo” (Orientação da Criança, p. 99).
Foi assim que aprendi a
ser mãe aprendiz dentro de casa e preencher meu lugar de missionária aos olhos
de Deus. Espero que você também tenha feito essa escolha e oro para que a
vontade de Deus seja feita em sua vida.
Mãe Aprendiz do Logan, 5 anos, e da Larissa, 3 anos.
Amiga querida da Equipe Vida Campestre.
Karina Carnassale Deana
Esposa do Davidson, mãe da Graziella (8) e dona de casa. Pedagoga e tradutora freelance. Gosta muito de escrever e inventar maneiras de ajudar as crianças a aprender. Ama a vida no campo e estar em meio à natureza com Deus e a família.

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